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Funai e Incrabetvictor casino codes - reconhecem PAD Burareiro

As lideranças indígenas do Povo Jupaú (também conhecidos como Uru-Eu-Wau-Wau),betvictor casino codes - junto com a Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), reuniram-se com representantes do Incra, da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas para discutir a situação da invasão na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, na região conhecida como PAD (Projeto de Assentamento Dirigido) Burareiro, em Rondônia. A região fazia parte de projetos de colonização na Amazônia Ocidental e é uma área reivindicada pelos indígenas há 40 anos. Nesta área, há centenas de invasores. Além dos indígenas do povo Jupaú, também vivem no território os povos Amondawa, Oro \u2013Win e quatro grupos isolados.

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Leia também: \u2019A luta pelo território ainda é a pauta mais importante para os indígenas\u2019, diz Ceiça Pitaguary

Uma das jovens lideranças do povo Jupaú afirmou durante a reunião que se sente desrespeitada e que a vida dos indígenas isolados também está em risco. \u201cJá são mais de 40 anos na Justiça. É como se não respeitassem nossa cultura. Com nosso território protegido, também protegemos as nascentes, os cinco povos isolados que moram lá dentro\u201d, afirmou. \u201cEu quero que me respeitem, como a gente respeita vocês! Eu não aguento mais, já chega! Não quero mais ninguém invadindo nosso território\u201d, desabafou, muito emocionada, outra liderança indígena. Os nomes dos entrevistados não são publicados nesta reportagem por questão de segurança.


Fonte: Associação Kanindé

Na década de 1980, as disputas pelo território se intensificaram após o processo de colonização e expansão de fronteiras agrícolas e pastoris no interior do estado de Rondônia. Apesar do reconhecimento dos direitos e da homologação da Terra Indígena, os conflitos territoriais não acabaram, e os invasores utilizam diferentes formas para invadir cada vez mais, com a esperança de ampliar o espaço já ocupado por meio de desmatamento, caça, garimpo ilegal, incêndios criminosos, roubo de castanhas e derrubada de castanhais, entre outras atividades ilícitas.

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O filme O Território conta como é a luta dos indígenas na defesa dessa área e também mostra a ação dos invasores.

\u201cBurareiro, a gente tem cemitério, tem ossos dos nossos ancestrais. Os ossos dos meus avós estão lá, por isso a gente quer de volta o nosso território\u201d, disse uma das lideranças indígenas.

Ameaças


Placa da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau crivada de balas pelos invasores (Foto: Associação Kanindé)
 

Indígenas relatam invasões que ficam a quatro quilômetros de distância de uma das aldeias e relatam medo de conflitos, risco de morte de crianças, mulheres e idosos. \u201cA gente tem medo de não voltar mais desses monitoramentos. A gente não dorme, dá para escutar o barulho das máquinas dos invasores\u201d, afirma uma das lideranças.

Durante a reunião, um dos representantes dos indígenas contou como os povos dessa região são afetados. \u201cGado, derrubada, e eles estão lucrando com a nossa terra. A gente que é indígena não pega nada de \u2018branco\u2019 lá fora, mas eles pegam e ainda somos ameaçados.\u201d

Existem relatórios mostrando que em 2020 havia cerca de 20 pontos de desmatamento no território, o que corresponde ao estádio Mané Garrincha, em Brasília, no Distrito Federal. Segundo as lideranças, há 18 mil cabeças de gado dentro do território.

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\u201cA solução definitiva desse caso é uma obrigação do Estado brasileiro para com os povos indígenas da TI Uru-Eu-Wau-Wau para garantir segurança jurídica à posse tradicional e permanente exercida pelos indígenas. É reconfortante ouvir do Incra e da Funai que a parte sobreposta é terra indígena e que os títulos outorgados são constitucionalmente declarados nulos e sem qualquer efeito. Mas disso nunca tivemos dúvida. O que buscamos hoje é que o Incra e a Funai promovam ações para cumprir a ordem constitucional, declarem a invalidade dos títulos dominiais e promovam a retirada dos invasores e do gado do território\u201d, afirma o advogado Ramires Andrade, que acompanha o caso junto à Kanindé.

A indigenista Ivaneide Bandeira Cardozo, a Neidinha Suruí, destacou durante a reunião os vários massacres que o povo Uru-Eu-Wau-Wau já viveu. E, emocionada, disse que o trabalho da vida dela sempre foi a proteção desse território. "A gente fez um movimento junto à Funai e ao Ministério Público para desintrusão, porque são 122 títulos e essas pessoas não estão lá, quem está lá dentro são invasores. Eu digo isso com convicção porque fizemos junto com Ministério Público um levantamento sobre os títulos e isso há uns 10 anos", conta Neidinha, que é fundadora da Kanindé e uma das principais porta-vozes da luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau. Sua luta é contada no filme O Território.

Resultado da reunião

Representada por Janete Carvalho, diretora do Departamento de Proteção Territorial, a Funai reconheceu durante a reunião que o PAD Burareiro é território indígena e se comprometeu junto ao Incra e ao Ministério dos Povos Indígenas a discutir a retirada dos invasores e a anulação de titularidades de alguns deles. "A gente tem uma ordem da Justiça mandando a Funai tirar as pessoas que estão dentro da TI Uru- Eu-Wau-Wau e fazer também um plano de proteção", afirmou.

Ainda de acordo com a diretora, o policiamento deverá ser reforçado no local para garantir a integridade física dos indígenas que vivem na região. Outra questão levantada foi a retirada do gado existente no território, o que também deve ser discutido pelo grupo de trabalho. Todos os detalhes da retirada dos invasores serão discutidos em uma reunião de trabalho pelo Ministério dos Povos Indígenas, Funai, Incra e demais órgãos de proteção e segurança.

Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal determinou que a União e a Funai apresentem um plano de ação para proteção da terra indígena, em conjunto com o governo de Rondônia e com o ICMBio. O prazo, na época, era de 90 dias. O plano estabelece duas bases de apoio fixo e permanente, com pelo menos 5 pessoas cada; patrulhamento no interior e no entorno da terra indígena por equipe de 15 pessoas, com periodicidade mínima de 10 dias por mês, revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves.


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